Campanha da Fraternidade

Muita gente já deve ter ouvido falar da Campanha da Fraternidade realizada pela Igreja Católica, todos os anos, no período dos 40 dias da Quaresma, tempo utilizado para preparar a Páscoa. É uma ação concreta da Igreja ao nível da conscientização das pessoas.

Seu principal objetivo é despertar a solidariedade dos seus fieis e da sociedade toda em relação a algum problema concreto que a população vem enfrentando, buscando caminhos de solução, especialmente provocando a criação de políticas públicas. Graves situações já foram denunciadas por essa Campanha, em anos passados, utilizando o tradicional método do ver, julgar e agir: educação, trabalho, saúde, água, menor, terra, juventude, habitação, pessoa deficiente, natureza.

“Fraternidade e superação da violência” foi o tema escolhido para este ano de 2018, repetindo as campanhas dos anos de 1974 e 1983. Mas, o que pretende a Igreja? “Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.

A Campanha oferece uma longa e profunda reflexão com vários objetivos mais: desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social; denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas; fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz; denunciar a predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro; favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas; despertar o agir solidário para com as vítimas da violência; realizar uma melhor convivência com as pessoas a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz.

O lema apresentado durante o tempo da Quaresma, “Vós sois todos irmãos” visa tocar o coração de todas as pessoas cristãs e provocar a reflexão, a conversão pessoal e a participação em ações concretas no âmbito da sociedade. Em resumo, a proposta deste ano é enfatizar a superação da violência, mapeando onde acontecem estes tipos de situação. Muitas são as ações de pessoas, grupos e instituições da sociedade que lutam pela conquista e construção da paz, mas o movimento é pequeno para que elas ganhem notoriedade.

E como gesto concreto de participação dos cristãos, a Igreja propõe também a realização de uma Coleta Nacional de Solidariedade, no Domingo de Ramos, em todas as comunidades católicas e ecumênicas. A destinação é a seguinte: 45% para a própria paróquia aplicar em programas de promoção humana; 35% para a Diocese aplicar na mesma finalidade; 10% para a CNBB Regional e 10% para a CNBB Nacional.

Segundo diz Fernando da Silva, “nessa Campanha ouvimos um tríplice chamado de Jesus: o da valorização da vida, o da fraternidade e o chamado ao profetismo. Por causa da dimensão profética, recebida no batismo, nós lutamos pela preservação e garantia dos direitos elementares do ser humano”. E nesse Ano dedicado aos Leigos (Laicato), a Igreja espera muito dos batizados, discípulos e missionários de Jesus.

 

Côn. Luiz Carlos F. Magalhães

é pároco da Igreja Cristo Rei e jornalista

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