Que a música seja bem-vinda aos bebês
Na maioria dos países industrializados quase 1% das crianças nascem “muito prematuramente”, ou seja, antes das 32 semanas de gestação. Apesar dos muitos avanços na medicina neonatal, esses bebês ainda correm um alto risco de desenvolver distúrbios neuropsicológicos. “Ao nascer, os cérebros desses bebês ainda são imaturos, e o desenvolvimento deve continuar na unidade de terapia intensiva, em uma incubadora, sob condições muito diferentes do que se ainda estivessem no ventre da mãe. A imaturidade do cérebro, combinada com um ambiente sensorial perturbador, explica porque as redes neurais não se desenvolvem normalmente”.
Estudos vêm apontando que a música pode ser uma grande aliada a alterar e amenizar esses déficits neurais. Como esses déficits neurais encontrados dos bebês prematuros são devidos, ao menos em parte, a estímulos inesperados e estressantes, bem como à falta de estímulos adaptados à sua condição, então seu ambiente deve ser enriquecido pela introdução de estímulos agradáveis. Sabemos que o sistema auditivo é funcional desde cedo, por isso, a música parece ser uma boa candidata.
Na terapia intensiva, as crianças são dominadas por estímulos não relacionados à sua condição: portas abertas e fechadas, alarmes disparados, etc. Ao contrário de um bebê a termo que, no útero, ajusta seu ritmo ao de sua mãe, o bebê prematuro, em uma UTI, dificilmente pode desenvolver a ligação entre o significado de um estímulo em um contexto específico. O ambiente de uma UTI neonatal é mesmo muito estressante. “Vários estudos estão conseguindo demonstrar que o controle do ruído — como estabelecer períodos de ‘psiu’ — podem minimizar esses agravos. Assim como a música que, se bem estipulada e adequada para tais condições, situações e bebês, só tem a contribuir com o desenvolvimento cerebral desses prematuros.