Março Lilás: campanha contra o câncer que pode ser evitado com vacina

Centro de Oncologia Campinas investe em informação e conscientização para combater tumores de colo do útero

Existem mais de 200 tipos diferentes de câncer e um deles tem potencial para ser erradicado no planeta: o de colo do útero. O tumor cancerígeno pode ser evitado em quase 100% das vezes com medidas simples, como vacina e exames regulares de papanicolau. Ainda assim, é o terceiro mais frequente na população feminina e a quarta causa de mortes de mulheres por câncer no Brasil. Para levar informação, prevenção e cuidados ao público feminino, o mês da mulher foi escolhido como base da campanha Março Lilás, voltada à conscientização sobre um mal que causa quase 7 mil óbitos anualmente no Brasil.

O Centro de Oncologia Campinas investe na orientação como meio eficaz de combater o câncer do colo do útero. Durante todo o mês de março, campanhas nas redes sociais ajudarão pacientes e seguidores a entender que a doença é evitável e oferece altos índices de cura quando detectada precocemente. “A pandemia, infelizmente, interferiu negativamente no diagnóstico da doença. A quantidade de pacientes que nos procuram já em estágios mais graves aumentou, porque as mulheres se descuidaram da prevenção com medo do contágio pelo novo coronavírus”, esclarece a médica Talita Coelho Paiva, do Centro de Oncologia Campinas.

Doença progressiva, o câncer do colo uterino tem melhores prognósticos quanto mais cedo for identificado e tratado. “O rastreio é fundamental. Os exames preventivos (papanicolau) devem começar logo após a primeira relação sexual, porque 100% dos tumores do tipo são causados por HPV”. A oncologista detalha que o câncer do colo do útero é associado a infecções por subtipos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), transmitido por meio de relações sexuais. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por quase 70% dos cânceres de colo uterino.

Dada a origem da doença, a vacina é a principal forma de prevenção, reforça Talita, juntamente com o exame citopatológico. O Ministério da Saúde acrescentou ao calendário nacional de vacinação, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e, em 2017, para meninos. A vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Como a vacina é mais eficaz se aplicada antes do início da vida sexual, a faixa etária alvo fixada pelo Ministério da Saúde é de 9 a 14 anos, para meninas, e 11 a 14 anos, para meninos. São necessárias duas doses, com intervalo de seis meses. “Na rede privada é possível tomar a vacina em faixas etárias maiores, a quadrivalente por mulheres até 45 anos e homens até 26, e a bivalente sem limite de idade”, especifica a oncologista.

O preço de cada dose da vacina gira em torno de R$ 500 na rede privada. É importante destacar que mesmo as pessoas vacinadas devem realizar os exames de papanicolau a partir dos 25 e até os 64 anos.  Gestantes e mulheres na menopausa, explica a médica, seguem a mesma recomendação. “Já mulheres submetidas a histerectomia por condições benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreio desde que apresentem exames anteriores normais”, observa. “O HPV é um vírus com mais de 80 tipos distintos já identificados, e aproximadamente 30 infectam o trato genital”, acrescenta.

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