Eventos climáticos severos afetam 60% da indústria da região de Campinas
A Sondagem Industrial de Outubro apresentada hoje pelo Ciesp – Regional Campinas aponta que efeitos climáticos já impactam os negócios de 60% da indústria da região de Campinas. Pesquisa inédita, focando como os recentes eventos climáticos severos – enchentes, queimadas, secas, fuligem tóxica, calor excessivo e mudanças bruscas de temperatura, afetam as empresas associadas. Do total de 60% afetados, para 16% das indústrias o impacto é grande, 16% avalia que é médio e para 28% é pequeno. Para 40% delas não há impacto com relação aos danos e mudanças climáticas.
A Sondagem também mostrou que 33% das empresas já estão realizando alguma ação ou projeto direcionados para seus funcionários ou instalações, visando enfrentar ou minimizar os impactos dessas mudanças climáticas. Para 67% delas ‘não há necessidade de ação nesse momento’.
A Regional Campinas do Ciesp conta com 590 empresas associadas, com faturamento conjunto de R$ 53 bilhões ao ano e distribuídas em 19 municípios da região.
O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirmou que a pesquisa inédita sobre os efeitos climáticos na indústria regional aponta para a necessidade das indústrias se prepararem para os próximos meses e anos. “É importante ressaltar que 33% das empresas afirmaram que já estão desenvolvendo ações para minimizar esses impactos nos seus negócios. Aspectos logísticos, transporte de insumos e produtos acabados, produção de energia própria, bem como a estrutura das instalações industriais passam a ter relação com os aspectos climáticos”, acrescentou.
O segundo vice-diretor do Ciesp-Campinas e diretor do Departamento de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho da entidade, Stefan Rohr, afirmou que as empresas da região de Campinas, especialmente as de médio e grande porte, já incorporaram em sua programação anual, a avaliação dos efeitos climáticos severos na atividade produtiva.
Indicadores
Em relação aos indicadores econômicos apontados pela Sondagem Industrial em outubro, na comparação com setembro, o volume de produção diminuiu para 29% das associadas, permaneceu estável também para 29% e aumentou para 42% delas. O faturamento diminuiu para 29% das associadas, permaneceu estável para 29% e aumentou para 42%.
O diretor do Ciesp-Campinas explicou que os números da Sondagem de outubro quando comparados com o mês anterior apresentam uma relativa estabilidade, com exceção de energia, água e transporte, que aumentaram para 78% das empresas.
“No entanto traz preocupação o aumento da inadimplência para 30% das associadas e 52% afirmam que não irão investir em ampliação da capacidade produtiva nos próximos meses. Isso demonstra insegurança jurídica, que pode se refletir futuramente”, explicou Corrêa.
Balança Regional – importação e exportação
O diretor-adjunto do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Marcos Eugênio, comentou os números da Balança Comercial Regional. Em setembro de 2024, o valor exportado foi de US$ 326,2 milhões, 25,4% maior que setembro de 2023. Em setembro de 2024 o valor importado foi de US$ 1,142 bilhão, 20,1% maior que setembro do ano passado. O saldo em setembro de 2024 foi negativo em US$ 816,2 milhões, 18,1% maior que em setembro de 2023.
A corrente de comércio exterior (a soma das exportações e importações), em setembro de 2024 foi de US$ 1,468 bilhão, 21,3% maior que em setembro de 2023.
Em setembro de 2024, os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (28,1%), Paulínia (24%), Sumaré (11,1%), Mogi Guaçu (8,2%) e Conchal (7,7%). Os municípios que mais importaram foram: Paulínia (43,7%), Campinas (25,4%), Jaguariúna (9,2%), Hortolândia (6,9%) e Sumaré (5,4%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
Os três principais destinos das exportações da indústria regional em setembro de 2024 foram: Estados Unidos (US$ 63,65 milhões – 19,5%), Argentina (US$ 34,29 milhões -10,5%) e Países Baixos – Holanda – (US$ 32,18 milhões – 9,9%). Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 353,80 milhões – 31%), Estados Unidos (US$ 149,82 milhões – 13,1%) e Alemanha (US$ 76,11 milhões – 6,7%).