Exposição destaca ações coletivas sustentáveis do projeto Territórios da Agricultura em Campinas
Na exposição criada pelo Territórios da Agricultura, em Campinas, realizada a partir de 31 de outubro na Estação Cultura, os visitantes podem conhecer de perto toda a jornada formativa e etapas para a construção de um projeto
Criada pelos participantes do projeto Territórios da Agricultura em Campinas (SP), a ação visa capacitar, divulgar, apoiar e unir pessoas que entendem a agroecologia como solução para a reparação e a sustentabilidade do planeta, colocando as periferias no centro desta transformação. Esse é o objetivo da RAP – Rede Agroecológica da Periferia. Na exposição, em cartaz a partir de 31 de outubro, no saguão de entrada da Estação Cultura – Prefeito Antonio da Costa Santos, os visitantes irão conhecer de perto como foi, na prática, essa construção de uma solução coletiva e sustentável para o território.
Desenvolvido pela Evoluir — empresa que gera valor e impacto social por meio de iniciativas educacionais, culturais e socioambientais na perspectiva da Educação Integral — e viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.
Nos módulos, facilitadores da Evoluir abordaram temas como o resgate e a valorização das histórias coletivas, reconhecimento dos desafios e potencialidades da região e do grupo, mapeamento de iniciativas e ações com relação à produção e abastecimento de alimentos saudáveis da Agricultura Familiar e Agricultura Urbana e Periurbana no território, além de diagnóstico participativo. Essa análise revelou que a produção de alimentos agroecológicos em zona urbana estava concentrada nas periferias da cidade, principalmente nas regiões sudoeste e noroeste, enquanto as feiras e grupos de consumo se localizavam em bairros de maior renda per capita, como Centro, Taquaral e Barão Geraldo.
Na sequência, foram definidos o projeto local a ser implementado e um plano de ação, culminando então com o início das atividades da RAP. Em complemento, houve a avaliação para empreendimentos futuros e a organização da exposição.
“Durante todo este percurso, os participantes fotografaram suas percepções e vivências”, destaca Mariana Monferdini, coordenadora do Territórios da Agricultura na Evoluir. “São esses registros que o público verá na mostra, que apresenta olhares e sentimentos sobre esse caminho de cooperação, organização e valores comunitários, baseados na produção e abastecimento de produtos saudáveis”.
Mariana acrescenta que ações como essas, construídas coletivamente no território, revelam ainda a eficácia da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) e de outras metodologias participativas trabalhadas no Territórios da Agricultura. “Percorremos todo um caminho plural de cooperação, desde o diagnóstico e a evidência das problemáticas, até a clareza sobre as possibilidades de atuação do grupo. Fica evidente que problemas complexos só podem ser resolvidos com uma visão sistêmica e um trabalho coletivo e em rede”, conclui.
A diretora-executiva de Sustentabilidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Bayer para América Latina, Paula Castro, complementa: “A agricultura sustentável é essencial para garantir a segurança alimentar global e a saúde do planeta, sendo a educação a chave para alcançá-la. A partir de iniciativas com o Territórios da Agricultura, podemos disseminar práticas agrícolas sustentáveis e incentivar a adoção de técnicas mais eficientes e responsáveis de forma colaborativa. Além disso, esses participantes serão multiplicadores dos aprendizados, compartilhando suas experiências e conhecimentos com amigos e familiares e incentivando cada vez mais práticas responsáveis”.
“A jornada formativa no município de Campinas foi bastante desafiadora, promovendo a interação de um grupo de pessoas de diversas áreas da cidade e realidades, mas com o mesmo objetivo: apresentar o que a periferia tem de melhor”, ressalta a analista pedagógica do Territórios da Agricultura, Rubia Camaratiba. “Isso inclui o alimento bom que ela produz, suas manifestações culturais e sociais e, sobretudo, a oportunidade para que essa produção seja consumida pelas próprias periferias, oportunizando alimentos saudáveis para as pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade socioambiental”.
A analista acrescenta que, ao atuar como facilitadora nesta jornada, pode comprovar que, quando participantes muito diferentes se unem com os mesmos propósitos e coletivamente buscam soluções simples e viáveis, relembrando as culturas dos povos ancestrais, com seus valores e tecnologias sustentáveis, podem criar projetos incríveis. “Foram muitos momentos de conversas, trocas de saberes, dinâmicas e aprendizados, que uniram teoria e prática. Os resultados certamente serão sólidos e duradouros”.
O Territórios da Agricultura em Campinas contou com o espaço e apoio da Maloca Arte e Cultura, ocupação na periferia de Campinas que desenvolve arte, cultura, educação popular e muita convivência.
A RAP – Rede Agroecológica da Periferia em Campinas atua em quatro frentes:
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Capacitar – fornecer conhecimento, treinamento e recursos para capacitar aqueles que desejam adotar práticas agroecológicas;
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Divulgar – promover ativamente a agroecologia, compartilhando informações e conscientizando um público mais amplo sobre seus princípios e benefícios;
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Fortalecer – oferecer apoio prático, técnico e solidário para aqueles que buscam implementar a agroecologia em suas comunidades e vidas; e
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Unir – estabelecer laços sólidos entre indivíduos e grupos que abraçam a visão da agroecologia, criando uma rede colaborativa que fortalece a causa e contribui para a sobrevivência a longo prazo do nosso planeta.
As ações da Rede foram iniciadas com um encontro formativo de agroecologia prática no CRAS Laudelina Campos Melo, para um mutirão de formação de quintal agroecológico. A RAP se organiza agora para novas formações e ações no território, que vão desde a preservação dos ambientes naturais, como nascentes, até o fomento à produção e comercialização de alimentos de forma justa e sustentável.
Serviço:
Exposição Territórios da Agricultura em Campinas
Local: Saguão de entrada da Estação Cultura – Prefeito Antonio da Costa Santos
Endereço: Praça Mal. Floriano Peixoto – Centro, Campinas – SP
Data: 31 de outubro a 14 de novembro de 2023
Horário de visitação: de segunda-feira a domingo das 09h às 17h (fechado em 02/11, devido ao feriado)
Atendimento em libras nos dias 31/10, 07/11 e 10/11
Eventos especiais: Rodas de Conversa com Fotógrafo nos dias 09/11 (manhã) e 10/11 (tarde)
Contação de Histórias nos dias 31/10 e 07/11