Pesquisa do Ciesp Campinas pontua o que espera dos futuros governos municipais

Sondagem mensal realizada junto às associadas ao Ciesp também focou participação das prefeituras/futuros governos municipais na qualificação no setor

A Sondagem Industrial de Setembro, apresentada pelo Ciesp – Regional Campinas nessa terça (24), foca as expectativas sobre os futuros governos municipais em relação ao que mais estimula a instalação de indústrias nas cidades. A participação dos municípios na qualificação de profissionais foi outra questão abordada na pesquisa.

A Sondagem mostrou que os dois itens – ‘áreas específicas para atividade industrial’ e ‘zeladoria de qualidade nos serviços prestados pelos municípios’ – foram apontados cada um, igualmente, por 31% das associadas. Já o item ‘benefícios fiscais concedidos pelos municípios (ISS, IPTU, etc.)’, foram apontados por 24% das respondentes, enquanto 14% não tem nenhuma avaliação sobre o tema.

Mais da metade das empresas associadas (55%) afirma que deve ser ativa a participação dos municípios na qualificação técnica de profissionais para as indústrias. Nenhuma empresa apontou que os municípios não precisam participar dessa qualificação e 45% não tem avaliação.

O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, ao analisar essas duas questões da Sondagem, afirmou que, ao contrário do que ocorria anteriormente, os incentivos fiscais que eram oferecidos pelas prefeituras, já não são tão determinantes para a instalação de indústrias nos municípios. “A pesquisa apontou que áreas específicas para atividade industrial e boa infraestrutura de serviços e qualidade de vida, oferecidas pelos municípios, conjuntamente foram apontadas por 62% das empresas associadas, como determinantes para a instalação de unidades industriais. Enquanto benefícios fiscais foram apontados por apenas 24% das associadas”, explicou o diretor.

Corrêa enfatizou que os municípios devem intensificar a sua participação na qualificação técnica de profissionais. “As respostas das associadas, nesse sentido, sugerem parcerias dos municípios com entidades de formação técnica, como o Senai, entre outras, como uma ação mais efetiva na qualificação de profissionais”, acrescentou.

Sede do Ciesp_regional Campinas, no bairro Bonfim_Foto: Lázara Paes Leme

Indicadores

Em relação aos indicadores econômicos apontados pela Sondagem Industrial em setembro, na comparação com agosto, o volume de produção diminuiu para 52% das associadas, permaneceu estável para 15% e aumentou para 33% delas. O faturamento diminuiu para 24% das associadas, permaneceu estável para 43% e aumentou para 33%.

O número de funcionários no período, em relação ao mês anterior, diminuiu para 15%, permaneceu estável para 70% e aumentou para 15%. O nível de inadimplência permaneceu inalterado para 81% das respondentes.
O diretor do Ciesp-Campinas ressaltou que a lucratividade das associadas no período, ficou estável para 70% delas, inferior para 15% e superior também para 15%.

Balança Comercial Regional 

O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, comentou os números da Balança Comercial Regional. Em agosto de 2024, o valor exportado foi de US$ 278,6 milhões, 10,5% menor que agosto de 2023. Em agosto de 2024 o valor importado foi de US$ 1,157 bilhão, 0,5% maior que agosto do ano passado. O saldo em agosto de 2024 foi negativo em US$ 878,6 milhões, 4,5% maior que em agosto de 2023.

A corrente de comércio exterior (a soma das exportações e importações), em agosto de 2024 foi de US$ 1,435 bilhão, 1,9 % menor que em agosto de 2023.

Em agosto de 2024, os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (26,5%), Paulínia (21,1%), Sumaré (11,2%), Conchal (9,6%) e Mogi Guaçu (8,8%).
Os municípios que mais importaram foram: Paulínia (41,6%), Campinas (26%), Hortolândia (7,1%), Jaguariúna (6,8%) e Sumaré (6,6%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
Os três principais destinos das exportações da indústria regional em agosto de 2024 foram: Estados Unidos (US$ 58,24 milhões – 20,9%), Argentina (US$ 31,91 milhões -11,5%) e Países Baixos – Holanda – (US$ 26,17 milhões – 9,4%).
Principais países de origem das importações para a região: China (US$ 297,53 milhões – 25,7%), Estados Unidos (US$ 172,70 milhões – 14,9%) e Alemanha (US$ 78,21 milhões – 6,8%).