Secretaria de Saúde de Campinas dá dicas para enfrentar as ondas de calor

Saiba o que fazer para reduzir o desconforto das ondas de calor e quando e como buscar auxílio médico 

A quarta onda de calor que atinge o Brasil neste ano e faz a população reclamar de desconforto em frases como “sensação de estar em um forno” e “maçarico ligado” exige cuidados específicos com a saúde e evitar problemas, entre eles, a desidratação.
O médico generalista e sanitarista Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, assistente técnico no Departamento de Saúde para condições crônicas em saúde, de Campinas,  dá dicas para enfrentar esse período.
Hidratação
O médico alerta que é preciso manter hidratação corporal adequada, uma vez que o corpo perde mais água diante de calor intenso e o sistema natural de resfriamento do corpo é o suor. Além disso, ele mencionou como a água deve ser ingerida.
“Nosso organismo produz suor para dissipar o calor e resfriá-lo, a partir do princípio da física de que quando uma superfície úmida recebe um fluxo de ar, essa superfície se esfria […] A hidratação corporal ideal é feita com a ingestão constante, preferentemente com água potável não necessariamente gelada”, explica.
Adultos: manter uma garrafa de água ao lado e tomar goles de forma contínua e constante;
Lactente: tentar dobrar a quantidade de água ingerida porque ela precisa hidratar dois organismos, o seu e da criança;.
Crianças e adolescentes: pais e professores precisam incentivar o consumo durante o dia;
Idosos: parentes e cuidadores devem oferecer água de forma constante.
“O parâmetro fundamental para sabermos se estamos bem hidratados é observar a frequência urinária e a cor. Se estiver urinando pouco, uma urina muito concentrada, é porque está precisando ingerir mais água”, ressalta Abrahão.
Alimentação
O especialista destaca, ainda, que a água é importante para a digestão dos alimentos e ponderou sobre quais tipos devem ser consumidos e o que deve ser evitado em dias muito quentes.
“Alimentos muito pesados e de difícil digestão devem ser evitados em dias de muito calor. Devem ser priorizados alimentos leves e ricos em água, além de não muito quentes, destacando-se a prioridade para abundância de vegetais crus, legumes e frutas, enquanto alimentos pesados, gordurosos, açucarados e muito salgados devem ser evitados”, afirmou.
As temperaturas elevadas também provocam impactos na quantidade e número de refeições. “Intervalos entre as alimentações menores para que a quantidade ingerida de alimentos seja menor e mais frequente”, pondera o médico.
Outro cuidado mencionado por ele é referente ao momento de banho em em piscinas e locais permitidos de praias, lagos, represas, cachoeiras e rios. “Nunca ingerir bebidas alcoólicas, evitar ‘estômago cheio’ e manter sempre alguém por perto para ajuda em caso de algum acidente”, alertou ao lembrar de riscos como o afogamento neste período.
Roupas e proteção 
Abrahao explicou que a exposição ao sol deve ser evitada das 9h às 17h por conta dos raios ultravioleta, incluindo exercícios físicos em ambientes abertos.
Na hora de se vestir, explicou, a recomendação é para uso de roupas claras e leves para facilitar a ventilação da pele e diminuir a absorção de calor. “Roupas escuras absorvem mais calor, além de dificultarem o resfriamento da pele. Desta forma sempre que possível evitar tecidos sintéticos, dando-se preferência aos naturais”, ressaltou.
Caso seja inevitável exposição ao sol, avaliou o médico, é preciso cuidar da saúde dos olhos com uso de óculos e proteger a cabeça com chapéu ou boné. Ele alertou ainda para uso de protetores solares, incluindo reposição com frequência, e explicou como deve ser o banho. “Mais frequente e menos prolongado, com a temperatura da água regulada para mais fresca, nunca quente”.
Medidas ambientais
O médico do Departamento de Saúde orientou a população a evitar a exposição ao ambiente natural de forma desprotegida nos momentos de insolação intensa, e a procurar locais sombreados e protegidos. “A umidificação do ambiente interno do domicílio e de trabalho também pode ser útil aliado, mediante o uso de toalhas úmidas estendidas ou uma grande bacia com água nos locais de longa permanência, especialmente durante o sono.”
Quando e como buscar apoio?
Abrahão menciona que as pessoas com deficiência ou alguma condição crônica que fragilize precisam ter cuidados redobrados, incluindo atenção de cuidadoras. Além disso, ele listou as situações em que a busca pelo serviço de saúde deve ocorrer de forma imediata.
“Na presença de fatores de desequilíbrio como vômitos e diarreia, tonturas e mal-estar, especialmente em pessoas com hipertensão arterial, doença cardíaca e pulmonar, diabetes ou obesidade, a busca sem demora por um centro de saúde ou mesmo do Samu, pelo telefone 192, vai fazer toda a diferença”, afirma.

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