Arborização urbana em Campinas necessita de adequações e precisa ser realizada com planejamento

Segundo a Secretaria de Serviços Públicos do município, 80% da arborização na cidade é inadequada. Plantio em áreas carentes de árvores, como a populosa região do Campo Grande, deve ser feito de forma correta e atendendo às demandas urbanas Levantamento da Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Campinas revela que 80% da arborização da metrópole é considerada inadequada. Incompatíveis com o sistema viário, as redes elétricas, entre outros equipamentos urbanos, grande parte das árvores da metrópole é motivo de preocupação por parte de órgãos públicos e da população, especialmente em períodos de chuvas intensas. “Há necessidade de atenção para as intervenções em tempo. É importante destacar que a arborização da cidade é antiga e feita sem planejamento. Além do que já existe, existe uma demanda considerável para a expansão da arborização no município, especialmente na populosa região do Campo Grande, que precisa ser feita com planejamento e critérios para evitar problemas no futuro”, afirma Ernesto Paulella, secretário municipal de Serviços Públicos de Campinas. A arborização urbana de Campinas teve início no século 19. Mas foi somente a partir da década de 1970 que o plantio de árvores nos centros populacionais passou a ser tratado como ciência, considerando-se critérios como local, formas corretas de plantio e espécies adequadas.
Bosque dos Jequetibas entrada
Entrada do Bosque dos Jequitibás tem árvores da época do império/Divulgação JC
Até os anos 1980, bairros mais antigos de Campinas, a exemplo de Vila Industrial, Castelo, Taquaral, foram totalmente arborizados. “Hoje, no entanto, a arborização da época é incompatível com o padrão das vias públicas, a expansão da rede elétrica, a mobilidade desejável nas calçadas e demais necessidades urbanas que foram surgindo no município ao longo dos anos”, observa Paulella. Além de um novo planejamento de arborização urbana, o secretário aponta para a necessidade de ampliar o plantio de árvores na cidade, com foco preferencial na região do Campo Grande, distrito que concentra 40% da população de Campinas e, paradoxalmente, é o mais carente de árvores no município. Na região do Campo Grande, o conceito do Bela Aliança Bairro & Parque tem a arborização como preocupação prioritária. Na área de 1,5 milhão de metros quadrados, o bairro planejado aberto conta com 1.844 lotes de utilização mista com estruturas esportivas e de lazer completas, além de áreas de preservação. Como forma de valorizar e incentivar a arborização na área, o bairro planejado coordena ações de plantio de mudas de espécies nativas na frente dos lotes, envolvendo comunidade, estudantes e técnicos para estarem dentro do padrão exigido. “Nossa preocupação é realizar a ação de forma orientada e coordenada com o envolvimento principalmente dos jovens, pensando que as árvores vão crescer e trazer qualidade de vida para moradores e visitantes, além de segurança para todos”, afirma Júnior Cabrino, sócio-presidente da Montana Urbanismo, que juntamente com a Montante Desenvolvimento Urbano está à frente do empreendimento. De forma permanente, o Bela Aliança disponibiliza informações sobre como realizar a arborização correta. Também o Departamento de Parques e Jardins (DPJ), vinculado à Secretaria de Serviços Públicos, oferece à população o Guia de Arborização Urbana de Campinas (GAUC), que pode ser baixado no portal da prefeitura de Campinas.

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