Consumo do café nos lares brasileiros fica mais exigente

Encontro promovido pelo Café Canecão apresenta cenário de crescimento para o mercado, puxado pelo aumento no consumo de cápsulas e grãos torrados

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Presente em 95% dos lares brasileiros, o café é o alimento mais consumido no país. Apesar da assiduidade, o setor busca há décadas melhorar a percepção da qualidade pelo consumidor, que hoje está mais exigente. Esse foi o cenário apresentado pela ABIC (Associação das Indústrias de Café) em encontro com a imprensa, promovido nesta terça-feira, no Café Canecão, em Campinas.

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Nathan Herszkowicz, diretor executivo da entidade, apresentou perspectiva positiva para o setor, com crescimento médio de 3,5% ao ano, até 2021. Entre as categorias, o café em pó ainda ocupa 80% do mercado, mas são registrados aumentos nos consumos de café em grãos em domicílios e em cápsulas. “O surgimento das cápsulas gerou interessedo consumidor por produtos premium, algo que vem se refletindo agora, com crescimento de café em grãos e moído de maior qualidade”, afirma Herszkowicz.

Apesar de exigirem maior rigor na produção, essas duas categorias de cafés (premium e gourmets) apresentam margens maiores e são a aposta de marcas regionais, como o Café Canecão. A empresa com sede em Campinas e atuação nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina tem aumentado seu portfólio de produtos superiores, para atender à tendência de consumo.

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“Atualmente contamos com o Café Canecão Espresso Gourmet nas versões grãos e cápsulas, o Café Orchestra em grãos e mais sete moagens sob encomenda via e-commerce, além do Café Canecão Premium moído e embalado à vácuo”, descreve Natal Martins, diretor comercial e de marketing da empresa.

Mesmo com a melhora do mercado, cerca de 40% do consumo nacional ainda é de cafés de preço baixo e qualidade similar. A ABIC busca elevar cada vez mais o nível do mercado, por meio da constante evolução do Programa de Qualidade do Café (PQC). Inicialmente, com o lançamento do Selo de Pureza, o objetivo era inibir fraudes na indústria. Hoje, os selos de qualidade se dividem de acordo com as notas de qualidade global da bebida, entre tradicional, extra-forte, superior e gourmet.

São realizadas cerca de 3500 análises anuais em produtos de associados e não-associados. “As avaliações são realizadas duas vezes ao ano em cada produto, em média. Temos históricos de marcas não-associadas com resultados consistentes ao longo dos anos, porém são a minoria. Entre as não-associadas avaliadas no último ano, cerca de 40% apresentaram impurezas ou fraudes. Isso reforça a importância do consumidor buscar alimentos certificados”, aponta o diretor da ABIC, Nathan Herszkowicz.

O PQC conta atualmente com 888 marcas registradas, distribuídos de acordo com a classificação: 55 extra-fortes (criado em 2017), 414 tradicionais, 185 superiores e 234 gourmets. A Região Metropolitana de Campinas conta com nove indústrias de café, sendo seis delas associadas à ABIC.

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Qualidade do Café

Avaliadores do GAC (Grupo de Avaliação de Cafés), do Sindifesp (Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo) realizaram uma análise sensorial ao vivo, nos moldes daquelas realizadas pelo laboratório para o Programa de Qualidade da ABIC, sob a coordenação da Q Grader Camila Arcanjo.

As notas baseadas nas provas das bebidas prontas, definem a qualidade global, que leconforme a escala abaixo:

Gourmet: 7,3 a 10

Superior: 6,0 a 7,2

Tradicional: 4,5 a 6,00

Não recomendados para consumo – abaixo de 4,5.

 

De olho no café

Aplicativo da ABIC “De olho no Café” é a ferramenta para o consumidor que quer se certificar da qualidade do café na gôndola do supermercado. Ao ler o código de barras do produto, o app aponta se o mesmo é classificado de acordo com o selo que apresenta em sua embalagem, além de oferecer informações sobre o perfil do produto como tipo de café, corpo, aroma e sabor. Disponível para Android e IOS.

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