Artigo: Dia Mundial do Livro no país que não lê

 O Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor é comemorado em 23 de abril. A celebração foi estabelecida em homenagem à data da morte de três grandes escritores da história: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de La Vega.

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), com o objetivo de encorajar as pessoas, especialmente os jovens, a descobrirem os prazeres pela leitura e conhecerem a enorme contribuição dos autores através dos Séculos.

Ainda assim, a 4ª Edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, traz um cenário cada vez mais preocupante. Em 2016, o estudo revelou que, em média, o brasileiro lê 2,43 livros por ano. O índice cada vez mais baixo de leitura no País ganha visibilidade quando os debates estão repletos de argumentos empobrecidos e mal embasados. Afinal, a leitura é ferramenta fundamental para o amadurecimento crítico e da formação do cidadão.

Na mesma pesquisa, a maior dificuldade apontada como obstáculo para aumentar a dedicação à leitura foi a falta de tempo. Sim, realmente, ler não é uma atividade tão simples quanto parece. Ela não é inerte, pelo contrário, é dinâmica. Ainda que feita de maneira individual, a leitura vai além de simplesmente decodificar palavras impressas na página de um livro. A busca de seus significados é um ato mais conjunto do que se pode imaginar.

Claro! Alguns avanços que o Brasil teve ao longo dos anos não podem ser ignorados. Segundo os dados do IBGE, a taxa do analfabetismo entre os brasileiros com mais de 15 anos caiu de 19,7%, em 1991, para 7,2%, em 2017. No entanto, ainda é preciso de mais leitores, cidadãos que por meio da leitura tornem-se mais críticos e conscientes do seu papel na sociedade.

Mais do que um hobby, a leitura é um processo civilizatório. Ao meu ver, uma necessidade. É a troca de experiências e visões dos mundos entre autores e leitores. É um exercício de compreensão, empatia e paciência com o outro. Incluídos nessa sociedade do espetáculo, onde aceitamos a imagem e negamos a palavra, a leitura é um ato de resistência e de incentivo para construção de ideias bem articuladas e uma visão aprofundada da realidade em que se vive. A leitura nos faz girar pelo mundo sem sair do lugar. Um espetáculo à parte!

Sobre o autor: 

Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.

 

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