Certificados os primeiros vinhos brasileiros em boas práticas na produção

Foto: Viviane Zanella Viviane Zanella - Coleta das amostras:a certificadora é responsável pela coleta e envio das amostras para análise

Coleta das amostras:a certificadora é responsável pela coleta e envio das amostras para análise

A Vinícola Ravanello, no município de Gramado (RS), é a primeira empresa brasileira a apresentar o selo da produção integrada em seus rótulos, certificação que atesta o emprego de boas práticas agrícolas e de produção. A chancela assegura que o produto cumpriu uma série de quesitos, que vão desde a redução do uso de químicos na lavoura até a preocupação com a saúde do trabalhador e a sua capacitação, entre vários outros itens que também dão segurança ao consumidor.

Após acompanhamento técnico e auditorias, os vinhos Chardonnay e um assemblage de Merlot e Cabernet Sauvignon, elaborados na Safra 2017/18, receberão o certificado e a autorização do Instituto de Avaliação da Qualidade de Produtos da Cadeia Agro Alimentar (Certifica) para a impressão de selos da produção integrada para as garrafas. O Programa da Produção Integrada tem a chancela do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A conquista do vinho certificado é o resultado de nove anos de pesquisas científicas, período no qual foi avaliado e validado todo o sistema de manejo da uva e o processo de elaboração da bebida. Segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho (RS) Samar Velho da Silveira, que lidera o projeto de produção integrada, à medida que as normas propostas pela equipe técnica iam sendo avaliadas e validadas, as vinícolas parceiras já incorporavam as práticas em suas rotinas. “A parceria com produtores nesse processo foi fundamental para conseguirmos ter um sistema que funciona na prática. É um novo momento para os vinhos brasileiros”, comemora o cientista.

Selo é diferencial no mercado

Silveira explica que a produção integrada é um sistema de certificação que tem a sua base na adoção de boas práticas, tanto agrícolas quanto de fabricação, no qual por meio do uso do manejo integrado de pragas e doenças se busca a redução de uso de agroquímicos, visando à ausência de resíduos químicos, físicos e biológicos nos produtos ou, se existirem, que estejam dentro de padrões de segurança estabelecidos na legislação brasileira, oferecendo assim alimentos seguros e de alta qualidade aos consumidores. “A Produção Integrada é a consolidação do melhor conhecimento agronômico disponível, que permite uma produção ambientalmente sustentável. Ao cumprir a normativa, os agricultores poderão certificar seus vinhos e usar o selo Brasil Certificado, diferenciando o produto no mercado”, declara.

O sistema também leva em conta aspectos sociais da produção, como a saúde do trabalhador rural, isenção do uso de mão de obra infantil e o constante treinamento das pessoas. “O resultado final é uma garrafa de vinho com um selo que garante acesso a mercados exigentes e que possibilita a rastreabilidade de todo o sistema”, pontua Silveira. Todo o histórico da produção na propriedade fica registrado nos “Cadernos de Campo” e nos “Cadernos do estabelecimento Vinícola“, que é um dos materiais auditados pela certificadora. A vinícola pode adicionar um código de barras ou um código QR ao rótulo para que essas informações possam ser visualizadas pelo consumidor por meio de seu aparelho celular ou tablet.

A certificação

Para um vinho receber o selo da produção integrada, um longo caminho deve ser percorrido. O produtor deve contar com assistência técnica capacitada e habilitada em Produção Integrada de Uva para Processamento (PIUP) para conduzir as práticas de manejo no parreiral, atendendo aos princípios e às Normas Técnicas. Entre elas, conduzir sua área dentro das normas durante um ano prévio à certificação e ser auditado por uma certificadora independente, nesse caso, o Instituto de Avaliação da Qualidade de Produtos da Cadeia Agro Alimentar (Certifica).

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